terça-feira, 27 de janeiro de 2009

CANGURU

Entra no canguru pratica, aprende, brinca,....
http://www.mat.uc.pt/canguru/ deixa-te viciar pela Matemática!!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

POESIA MATEMÁTICA

Poesia Matemática
Às folhas tantas do livro Matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide, corpo rectangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida paralela à dela
até que se encontraram no infinito."Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical."Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode-me chamar de Hipotenusa.
"E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento
e da paixão
rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianos
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram-se casar
constituir um lar, mais que um lar, uma perpendicular.
Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E casaram-se e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinal monotonia.
Foi então que surgiu...
O Máximo Divisor Comum
frequentador de círculos concêntricos,viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Era o triângulo, tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fracção, a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser moralidade
como aliás em qualquer sociedade.
Millôr Fernandes